domingo, 2 de agosto de 2009

Get Away


Ela ouve um barulho estranho no alpendre, uma espécie de estalar de folhas secas mas é Verão e muda de opinião. Já não vai lá ver o que é. Já se habituou demais a estar enganada que acredita que tudo o que vive desaparece no momento a seguir. Como as pessoas.
Ela olha à volta e só as consegue ver mortas. Mortas, especadas em câmara ardente com famílias secas de lágrimas à volta. E os intrometidos a fazerem apostas sobre o preciso momento em que cairá a primeira lágrima. E nenhuma cai. E todos fazem o melhor ar de desaprovação porque gente que sente, chora.
E ela tira o som, a imagem e vai embora.