Era mais um dia para ela. Um dia em que não vivia.
Chegava ao café, sentava-se na mesa dos fundos e pedia um copo de água.
Esperava que o mundo viesse e fosse embora de lá e continuava sentada.
Por entre leituras disfarçadas de títulos de revistas passadas, ousava ouvir a conversa dos outros.
Ao final da tarde despedia-se dos donos do café com um sorriso entre dentes e vinha embora sem pagar um tostão.
Já a lua estava no seu poiso quando escolhia estrategicamente uma casa para abalar. De 3 em 3 dias marcava presença certeira em 3 moradias térreas.
Sentada ao sofá de cada uma delas, refastelada e abastada de comida e bebida contava estórias de sofrimento, de contentamento, de traição ou de coração. Estórias do mundo que se restringiam a uma meia dúzia de pessoas. As amigas embebidas lá faziam a sua vez de espalhar por mais meio mundo estórias acrescidas às estórias contadas.
E assim viviam, extraordinariamente felizes, a vida das outras pessoas com vida e na ignorância de serem notadas.
9 comentários:
Gostei muito do texto:)
;) *
Seus textos são muito bons, tenho praser em segui-lo e volta e meia vir aqui ver o que você posta.
Falow
Amei, seus textos.
To seguindo!
http://jhulliane.blogspot.com/
Interessante!
curti
I appreciate your PO very much the picture with the article. Continues to refuel!!
reflexões de uma passante. Na vida e na rua.
Muito bom!
Interessante e original seu blog.
Parabéns!
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