
Era Janeiro.
Fazia calor e o tempo estava encoberto.
O vento abanava bastante as velas do barco que se via ao longe.
A maré estava irritada e as ondas tinham compasso apressado.
Era quinta-feira.
Era o dia do avô levar o neto a pescar.
Nas rochas maiores e mais lisinhas lá estavam eles.
Com a felicidade que só traziam uma vez por semana.
Com a cumplicidade que só o mesmo sangue consegue.
O avô estremece, estremece e cai na água.
O neto vai atrás mas volta sem ele.
Era o melhor funeral que lhe poderiam dar.
Foi o dia do neto levar o avô a pescar.
1 comentário:
Caí no erro de ler o texto com o som de musica do teu myspace...e...arrepiei-me!
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