domingo, 1 de março de 2009

Cabeça de Fósforo


O corpo ofegante dela já não consegue acompanhar a velocidade estonteante da sua cabeça.

Menina pequenina com cabeça de fósforo.

Faíscas deixam-se arder em todas as rotundas e frentes dos hemisférios do seu imperfeito cérebro.

Isqueiros anómalos tentam acender o rastilho sempre em vão.

Neurónios reumáticos e semi-amputados tentam reaver desesperadamente pernas e braços de todo irrecuperáveis.

Mas, mesmo assim, a menina pequenina com cabeça de fósforo já está quase boa.

Porque cá fora existe um ser que afinal é um nó e que lhe serve mais do que 100 isqueiros que lhe possam aparecer.

E quando o nó dela e o nó dele se juntam, por muitas manobras e queimaduras que tencionem aplicar, não se podem jamais deslaçar.

2 comentários:

Anónimo disse...

Jamais é demais, num duplo sentido ;)

Corto Maltese

Tari disse...

Nada é demais quando faz parte da imaginação. Mas tudo de trancendente que se imagine, é demais para a vida real suportar.

De vez em quando sabe bem seguir a teoria do génio..."A imaginação é mais importante que o conhecimento".

Beijinho amigo Corto*